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A mostrar mensagens de 2007

2008

Celebrem a chegada do novo ano... COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ!!

Auto-Definição Político-Delirante

"Uma Margaret Thatcher na mesa, um Tony Blair na cama..."

Merry Fucking Christmas

A esta hora, o senhor Silva da repartição das Finanças vai no décimo copo de Monte Velho. A mesa está repleta de restos de rabanadas, resquícios de bolo-rei, despojos de papel de embrulho, laçarotes e palitos. Os cunhados arrotam discretamente enquanto conversam sobre futebol. A sogra dormita em frente à lareira, com os beiços engelhados, já sem a placa. A mulher e as cunhadas, quase gemelares nas suas formas desleixadas e roliças, maldizem uma vizinha, os vestidos da Catarina Furtado e "aquelas ranhosas do programa da TVI, que se vão casar à borla". A vontade de desapertar o cinto é grande mas, como todos os Natais, o senhor Silva respira fundo, encolhe a barriga e, olhando soturnamente o líquido cor de tição que flutua no copo, pensa... Pela centésima vez no espaço de doze horas, Amélia faz o trajecto cozinha-sala-cozinha. Os filhos ainda estão acordados e, não satisfeitos com os presentes dos avós, tios e padrinhos, exigem já a entrega das oferendas parentais. Tentando equ...

Hoje Eu Sinto-me Assim

Xaile - Quer Eu Queira, Quer Não

Sicko - Ver é um DEVER cívico

Toda a gente (T-O-D-A a gente) deveria ver, pelo menos uma vez, "Sicko", o novo documentário de Michael Moore. O tema é, aparentemente, aborrecido. Quem é que quer passar duas horas a ver um documentário (yuck!) sobre o sistema de saúde americano (boring!) ? Pois, mas vale mesmo a pena. Por várias razões: para perceber em que ponto é que estamos com o nosso sistema nacional de saúde; para compreender como é que a "maior democracia do mundo" trata os seus cidadãos; para conhecer outras realidades; para nos revoltarmos e, um dia, agirmos. PS: Vi mais gente a chorar e a aplaudir durante este filme do que no Titanic.

Britney Spears - Gimme More (Marie Digby Acoustic)

A prova como se pode transformar lixo em luxo... Adoro!!

Rambóia na AR

Senhores Deputados!!

Sabedoria jornalistica

"De galho em galho é que o macaco sobe" Sandra Cáceres Monteiro

Puella

- Psst… ó menina! Carregada com sacos de compras e ofuscada pela luz amarelo-vivo do fim de tarde, a rapariga teve dificuldade em perceber quem a chamava. Semicerrou os olhos e, numa questão de segundos, a sua expressão passou da interrogação para um sorriso de confusão e espanto. - Olha quem ele é! Há tanto tempo… O homem, de tez muito morena e olhos ariscos, saltou do carro num ápice para a cumprimentar. Deu dois passos hesitantes e, como que avaliando o que os anos tinham feito por ela, não conseguiu evitar olhá-la de alto a baixo, antes de a cumprimentar com dois beijos tímidos e fugidios. - Estás mais alta ou é impressão minha? – atirou ele, à queima-roupa, arrependendo-se de imediato do comentário. - Não! – respondeu ela, prontamente, com uma gargalhada cristalina – Tu é que estás mais baixo! Com uma simples frase, tinha conseguido deixá-lo desconcertado e sem resposta. Sentiu a força daquelas palavras como se de um murro no estômago se tratasse. Cada sílaba tornara-o consciente ...

Fim da Silly Season II

O segundo vídeo da Leti Sabater... e ainda perde tempo a explicar como, onde e porquê...

Fim da Silly Season

Pois, não podia terminar o Verão sem ser em grande! Aqui fica o vídeo da reacção dessa grande senhora da representação espanhola, Letícia Sabater (quem??pois...), ao home video feito por um papparazzo (bad dog, bad dog). Probecita da Leti, foi apanhada no bem bom na praia, e depois foi a um programa estilo Tertúlia Cor-de-Rosa dizer de sua justiça! Esta senhora tem muito SALERO!

Zac Efron- Bom Demais para ser verdade!

Estamos em plena silly season, por isso acho que tenho direito a um pequeno delírio! Este rapaz é bom de mais para ser verdade! Ainda não ouviram falar dele?! Então, acordem!!

Serendipity

"Nós o que somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente. O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios. O absurdo é divino", in "Livro do Desassossego", Bernardo Soares Dá-me espaço, sufoca-me, faz-me escrever, faz-me ver, tapa-me os olhos. Faz-me crer, dá-me fé, rouba-me os ícones, os santos a alma. Quanto mais vezes jogo, mais clarividente me sinto, ao passo que o meu corpo, sujo, debilitado e frágil, se vai tornando um mapa, um trilho de viajantes. Nunca me conseguirás tocar e, no entanto, ardo em desejo que o faças. Desejo dolorosamente emocionar-me, calar-me, ouvir, finalmente, um silêncio partilhado, comovedor. Instalo-me rapidamente porque não pertenço. Não sou nada, por muitas perguntas que faça, por muitas respostas que dê. Somos apenas dois nesta cidade. A ânsia de afinidade é tanta que nos desdobramos em encantamentos e contactos, tornamo-nos mil e uma personagens agradáveis, vendendo-as como "e...

Sem titulo

O prazer de uma folha em branco O silêncio de um quarto vazio Gotas de água nos meus olhos E a possibilidade de haver Mais e mais Amor

Luciana Abreu - Só Visto - parte 3

Isto é bom de mais! Atentem, por favor, por volta do minuto 3 à história da meia de leite. Delicioso! GO LUCIANA!

Lisa Lampanelli

Esta simpática stand up comediant é capaz de arrasar até as personalidades mais invulneráveis. Adoro-a! Riam-se de vocês mesmos!

Questões fracturantes - a opinião do leitor

De quando em vez, desvio-me dos assuntos verdadeiramente cruciais da vida (unhas de gel vs. unhas de porcelana, extensões de cabelo humano vs. crina de cavalo, tampax vs OB, fairy vs. sonasol, vibrador vs. dildo, Manuela Moura Guedes vs. Cocas) e, por momentos, concentro-me em questões acessórias que, apesar de tudo, são fracturantes. Então resolvi, com a ajuda dos meus leitores (sim, porque eu, Mophira, tenho um vasto grupo de leitores. Não é, meninos? Yeah, say 'cheese'!!! Weeee... Baaah... isto já soa a monólogo interior com laivos de esquizofrenia), colocar em debate um problema que me tem, por assim dizer, apoquentado o espírito. É um dilema ético-moral com o qual me confrontam no dia-a-dia e em relação ao qual eu, alta autoridade em dar opiniões sobre os mais diversos assuntos, mesmo que não requisitadas, tenho uma certa dificuldade em tomar posição. Como não tenho jeito nem para Professor Marcelo (por um lado... por outro lado...) e muito menos a habilidade humorís...

Cabra!

Ela era uma cabra, sempre foi uma cabra. Era psicótica, obcecada, neurótica, alimentava-se da minha energia. Consumiu-me até ao limite, estilhaçou a minha alegria, fez-me acreditar que eu era como ela... "diferente". Eu não era diferente, eu não queria ser diferente. Eu não queria experimentar, não queria a merda que me deste a ler, não queria ver. Não te queria ouvir, não queria saber dos teus problemas, das tuas depressões, dos teus olhos verdes-água crucificando tudo e todos. Eu era comos os outros, era normal. Porquê??? Ela convenceu-me que era preciso ser diferente. Que eles, "os homens", eram todos iguais, todos uns cabrões... e eu nunca acreditei nisso. Eu lutei contra ela, contra o ódio, contra o rancor. Lutei, lutei, lutei, até cair no chão. Desisti, experimentei. Como ela. Afinal, eles não eram mesmo todos iguais... E agora, ao fim de todos estes anos, descobri que, de tão diferente que eras, passaste a ser igual aos outros. Com os teus sorrisinhos e o teu...

IKEA

O IKEA é uma metáfora perfeita dos relacionamentos dos nossos dias: bonito, baratto, moderno, funcional e... perecível. Os nossos pais deitaram-se, décadas a fio, nas mesmas camas. E elas permaneceram sempre sólidas, semi-intactadas, às intempéries dos desarranjos corporais, das tempestades verbais, das costas voltadas, do tempo. De Paços de Ferreira vinham, até à chegada da multinacional sueca, os leitos portugueses, onde muitos de nós fomos cozinhados. No entanto, seria presunçoso ignorar as vantagens da mobília made in Sweden: os preços das estruturas-puzzle são apelativos, a montagem é fácil (e como é fácil montar o que quer que seja nos dias que correm!, as estruturas são leves e flexíveis. Com tantas facilidades, uma visita ao IKEA deveria ser um mar de rosas. Mas bastam umas quantas horas no mega-armazém de Alfragide para perceber que, ali se encontra um verdadeiro viveiro de análise sociológica. Senão, vejamos: Exemplo 1: Jovem Casal Ele: Olha este cadeirão tão giro! Tem um ap...

Lá, onde os táxis são Subarus e a Lua galga nas ondas do rio. Lá, onde não há dias, não há distâncias, não há tempo. Ninguém deve nada a ninguém. Tu não tens a prestação do carro para pagar e eu não tenho contas a prestar. Sem a tua mulher e o meu patrão, sem o gato, a casa, a sogra, o cão. Nada mais a não ser o rio, poço onde almas se reúnem. E o Bugio, além. Não há sinos nem vestido branco. Não há anéis, não há ciúmes, não há culpa nem há dor. Só prazer, o prazer de estarmos sós. E, na nossa solidão, ardemos em chama, pira ancestral onde nos deitamos, colocando os corpos à disposição do outro. Lá, ninguém olha de relance quando nos tocamos. Ninguém aponta o dedo em riste, ninguém comenta, ninguém existe. Ninguém faz sua a nossa existência e nós não somos ninguém. Existimos, ali, porque nos queremos. E é só.

Fuck!

You fucked up my head!

A linha

Eu passo a linha. Eu arrisco, eu não torno, eu não sei. Eu não quero ser assim, mas não quero ser outra. Só sei assim. Cerra os olhos e encerra os braços em mim, com força. Asfixia-me, enevoa-me os pensamentos, não quero sentir, não te quero. Somos um cliché. Porque não? É mais fácil ser assim. Voltamos… o céu, inseguro, como a minha mão na tua. Dedos entrelaçados por culpa, por imposição, por cansaço, por não conseguirem resistir. Não te resisto. Não quero. Quero transgredir docemente, cair, insane, num apocalipse de suor, saliva, musculaturas retesadas, sangue, cheiro. E, quando abrir os olhos, ver apenas o manto nublado da tua íris, revolta. Como os dias de marés vivas, algas, miríades de peixes prateados flutuando nos teus olhos. Um afluente desaguando no meu corpo. Sem medo. Até ao mar.

Papel

Papel, papel, papel. Palavras. Todos os dias as mesmas palavras, os mesmos rostos, adjectivos repetidos, fórmulas gastas. As mesmas construções frásicas, o mesmo modelo de pensamento, esta estrutura, maquinaria infernal na qual, voluntariamente, me inseri, e da qual (sei) nunca mais sairei. As cores berrantes são como um maestro, um deus ex machina… e eu deixo-me canibalizar. E canibalizo. Com os olhos, com as mãos, a boca. As mãos no teclado, botões, press play, recording… Fuck! Fuck them all. Já não quero ser diferente. Quero passar despercebida. A dor de me fazer notar é infinitamente maior do que o silêncio apaziguador da monotonia. Deixo-me levar. Não quero nada que não seja meu. Este é o meu lugar. É isto que mereço. Mas… Ele. Ele, que transforma os meus dias, ele, que põe ordem, cor, luz, nesta resma de folhas rabiscadas que é o meu coração. Amo-o… mas nunca lho direi. Só eu sei como, num insípido “gosto de ti”, digo muito mais do que é possível expressar. Nem um “amo-te” chegar...

Tourada

Graças à genialidade irónica de Ary dos Santos, a música vencedora do Festival da Canção de 1973 continua mais actual do que nunca. Em tempos de descrença e algum vazio intelectual na cultura popular, sabe bem relembrar esta preciosidade... Como é que conseguiu passar pelas malhas da censura? TOURADA "Não importa sol ou sombra camarotes ou barreiras toureamos ombro a ombro as feras. Ninguém nos leva ao engano toureamos mano a mano só nos podem causar dano espera. Entram guizos chocas e capotes e mantilhas pretas entram espadas chifres e derrotes e alguns poetas entram bravos cravos e dichotes porque tudo o mais são tretas. Entram vacas depois dos forcados que não pegam nada. Soam brados e olés dos nabos que não pagam nada e só ficam os peões de brega cuja profissão não pega. Com bandarilhas de esperança afugentamos a fera estamos na praça da Primavera. Nós vamos pegar o mundo pelos cornos da desgraça e fazermos da tristeza graça. Entram velhas doidas e turistas entram excursões en...

Satisfaction

I Can't Get No Satisfaction... No No No

Não é para perceber

"You're not the one I need You're just the one that I want Makes perfect sense to me You're not the one I need But you're the one that I want There ain't no sense of love" É bom sentir-me assim...abençoada por este sentimento. Sem nome, sem definição, sem barreiras. Não sei se se é uma ilusão momentânea, se vai acabar amanhã, daqui a nada ou se durará para sempre. A única coisa que sei é que o quero e que ele me faz sentir bem. E, pela primeira vez na história deste blogue, escrevo com genuína alegria, com a minha verdade, com o meu coração. Não importa o que pode vir a acontecer. O que importa é que, hoje, é ele. E ele é quem eu quero.

Elsa

Elsa ameaça tornar-se um mito. A primeira mulher-enigma portuguesa do séc. XXI. Uma personagem trágico-cómica das revistas (as cor-de-rosa e as outras), que enche páginas e páginas com a sua cabeleira loira e os seus olhos assombrados de desejo, desespero e hedonismo. Contra o que seria de esperar na nossa sociedade ainda misógina e conservadora, Raposo atrai não só atrai a curiosidade geral como cativa quem vê, lê e ouve. Ela é o esterótipo de uma certa mulher. A das margens, dos boudoirs, a que se esconde atrás das máscaras de mãe, esposa, empresária. A mulher-camaleão, devoradora de homens, perdida nos confins de um submundo de desventuras sexuais e escândalos. Mais do que desejada pelos homens, Elsa é invejada e comentada pelas mulheres. A sua história (e as suas estórias) funcionam como catarse para as leitoras / espectadoras. Olham-na como exemplo a não seguir, mas identificam-se com os seus devaneios, cobiçam-lhe a louca liberdade... a mesma que a aprisiona e que, um dia, inevit...