Lá
Lá, onde os táxis são Subarus e a Lua galga nas ondas do rio. Lá, onde não há dias, não há distâncias, não há tempo. Ninguém deve nada a ninguém. Tu não tens a prestação do carro para pagar e eu não tenho contas a prestar.
Sem a tua mulher e o meu patrão, sem o gato, a casa, a sogra, o cão. Nada mais a não ser o rio, poço onde almas se reúnem. E o Bugio, além.
Não há sinos nem vestido branco. Não há anéis, não há ciúmes, não há culpa nem há dor. Só prazer, o prazer de estarmos sós. E, na nossa solidão, ardemos em chama, pira ancestral onde nos deitamos, colocando os corpos à disposição do outro.
Lá, ninguém olha de relance quando nos tocamos. Ninguém aponta o dedo em riste, ninguém comenta, ninguém existe. Ninguém faz sua a nossa existência e nós não somos ninguém. Existimos, ali, porque nos queremos.
E é só.
Sem a tua mulher e o meu patrão, sem o gato, a casa, a sogra, o cão. Nada mais a não ser o rio, poço onde almas se reúnem. E o Bugio, além.
Não há sinos nem vestido branco. Não há anéis, não há ciúmes, não há culpa nem há dor. Só prazer, o prazer de estarmos sós. E, na nossa solidão, ardemos em chama, pira ancestral onde nos deitamos, colocando os corpos à disposição do outro.
Lá, ninguém olha de relance quando nos tocamos. Ninguém aponta o dedo em riste, ninguém comenta, ninguém existe. Ninguém faz sua a nossa existência e nós não somos ninguém. Existimos, ali, porque nos queremos.
E é só.
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