E nem um "ai, obrigadinha!"
Quando eu for velha quero exercer a minha tirania no metro, nos autocarros, nos bancos das paragens. Quero chegar ao pé de qualquer pessoa que esteja sentada (especialmente se ela tiver menos de 30 anos), olhá-la num misto de nojo e indignação e sibilar qualquer coisa do género "esta juventude, hoje em dia..." ou "é a educação moderna!"ou ainda a pérola do costume "Isto cada vez está pior, não sei onde é que este país vai parar!". Tais preciosidades verbais farão com que o meu objecto de repúdio suspire, se conforme e, finalmente, remova o seu rabo ainda firme do banco, onde eu poderei, enfim, alapar as minhas peles dependuradas, o meu reumático, os meus achaques e as sacas do Mini-Preço.
Pois é. Nós, "juventude", somos mesmo mal-educados. Já a matrafona da paragem dizia, enquanto cuspia perdigotos e insultava duas raparigas que, na pressa de apanhar o 46, se tinham esquecido de lhe agradecer por ter empatado o condutor.
"Olhás malcriadonas! É a educação moderna! E nem um 'ai obrigadinha'!"
Pois é. Nós, "juventude", somos mesmo mal-educados. Já a matrafona da paragem dizia, enquanto cuspia perdigotos e insultava duas raparigas que, na pressa de apanhar o 46, se tinham esquecido de lhe agradecer por ter empatado o condutor.
"Olhás malcriadonas! É a educação moderna! E nem um 'ai obrigadinha'!"
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