O que é o Natal?
Há uma criança a caminho,a primeira na família em quase duas décadas. Enquanto esse novo ser não irrompe nas nossas vidas (natividade tardia), entretenho-me observando a contagem decrescente até ao dia 25. Pinheiros metálicos iluminados à custa do generoso patrocínio de empresas, montras recheadas de trapos, gadgets e quejandos, promoções e promessas de um Natal mais "económico", "fantástico", "luxuoso", "a prestações", "sem juros". Fala-se de "crise" (palavra puta, anda nas mãos, bocas e bolsos de toda a gente). O seu fantasma paira, pesado e bafiento, como uma doença crónica que atrofia os músculos e entorpece o pensamento. Os que a debatem acaloradamente nas mesas dos cafés, enquanto sorvem a bica, são os mesmos que, nas filas do shopping, mordem os lábios e franzem o sobrolho a cada "bip bip" da registadora. Depois de, atordoados, verificarem o valor total correspondente ao amontoado de Barbies, Playstations, Pol...