Universo
Adorava olhar para aqueles desenhos computadorizados do Universo. Em duas páginas A3 cabia o espaço ilimitado, toda a dimensão absurda do cosmos, tudo. E eu imaginava-me numa daqueles pontinhos brilhantes e redondos, naquela nublosa difusa, a Via Láctea, um grãozinho insignificante na vastidão do grande Nada. E era tranquilizador, porque o Nada cabia na mesa, conseguia segurá-lo nas minhas mãos, facilmente o arrumava na prateleira e, quando quisesse, ele estaria ali, ao meu dispor, sempre igual, para o contemplar.
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