Depois...

(o tempo está a passar… tenho que, tenho que… preciso de… preciso…)
Depois havia aquele muito giro, de olhos verdes, um perdidinho! Fumava ganza até cair para o lado, ele dizia que era para espantar o sono, mas eu sabia que era para se espantar, para se surpreender. Muito giro esse, viajado, conhecia a Amazónia e tudo! Giro, giro, mas completamente destravado…Houve, depois, aquele idiota com uma namorada na Noruega, com quem falava num inglês macarrónico. Esse idiota, com ejaculação precoce e grandes planos, inconcretizáveis, mais um idiota burguês, um beto com a mania que era freak, mais um anti-sistema com os seus ténis Adidas e as suas incontáveis viagens aos destinos que todos os pseudo-freaks adoram… Praga, Budapeste, Zagreb…
Havia também um louro com cérebro de galinha, que corria e fazia mais não sei o quê. E, depois, um outro loiro, que tinha uma paixão assolapada pela prima e que cheirava a natas azedas… Depois, aquele muito doce e muito alto e muito inocente, que me trocou por outra vaca, muito vaca e muito gorda, que pouco lhe faltava para voar e dar leite aos céus… uma vaca, coitada, e ele um boi (com cornos e tudo!)… um boi…
E um outro, também muito alto, não me recordo bem, era um chato, apetecia-me bater-lhe de cada vez que abria a boca, um chato… Depois houve um, cujo único defeito era ter namorada, uma namorada que não gostava dele e da qual ele não gostava. Tão querido e inteligente que, se tivesse havido um depois, o depois seríamos nós… Um querido com namorada.
E ele, antes e depois, com todas as suas manias e defeitos, um quezilento, que queria tudo e não queria fazer nada, que me espremeu até ao limite, depois de me ter desfeito…Um pobre de Cristo, que ainda hoje não sei como me fui apaixonar por aquela alminha!
Depois… aaaah… o primeiro… aaaah… lindo, lindo, nem alto, nem baixo, cheirava bem, mas fumava. E aquele (ah pois!) que me chamava (grrrrrr!!!!) jóia e princesa e deusa! Depois daquilo, daquela coisa pegajosa e babosa, havia jurado tornar-me lésbica! Naaaahhh… E o jogador de futebol da 3ª divisão, um seboso, rufia, com um olhar capaz de deitar uma parede de betão abaixo. Jogava futebol, hoje deve ter 3 filhos e trabalhar numa oficina de mecânica, e deve ter barriga de cerveja e….Depois, havia um que eu não conhecia e passei a conhecer, com muitos caracóis e muito mau feitio, que me agarrava com demasiada força e que tinha sido maltratado por uma mulher mais velha e a adorava… Ele tinha um mau feitio!! E um outro, que era ssssopinhaaa de masssssaaaa, que dava beijos parecia uma betoneira a fazer cimento, que nojo… E depois, aquele, que dizia que não devia estar ali comigo, mas num outro sítio qualquer com outra pessoa… depois disso, desejou durante toda a vida voltar ao momento em que esteve comigo, naquele sítio (azar o dele… depois do depois não dá para voltar ao antes…). Depois, o amigo que continuou amigo (uff!), aquele baixinho que fazia colecções de moedas e ouvia reggae, que fumava antes e depois, e depois, fumava…
Hmmm, e todos aqueles que nunca foram um depois, os melhores… Aqueles, imaculados, que existiram, perfeitos, observados, devorados, só em mim… Aquele que, naquele preciso momento, foi o único (foram tantos, tantos momentos de felicidade, observando-os…). Aquele que dançava com a amiga, no meio da gentinha anódina… Ninguém dançava e eles dançavam… Eu conhecia-o, mas nunca o tinha visto assim, a dançar. E ele dançava. Magro, os olhos escuros, grandes, duas poças de água suja, o corpo ágil, elástico, a anca bamboleava, os dedos, esquálidos, a pele… moreno, moreno… Ele mexia os braços, pequenos arcos, a amiga saltava, alheada, ele ria-se, os dentes, muito brancos… Frágil, apetitoso, perfeito…
Depois… oooh… a música acabou…
Depois havia aquele muito giro, de olhos verdes, um perdidinho! Fumava ganza até cair para o lado, ele dizia que era para espantar o sono, mas eu sabia que era para se espantar, para se surpreender. Muito giro esse, viajado, conhecia a Amazónia e tudo! Giro, giro, mas completamente destravado…Houve, depois, aquele idiota com uma namorada na Noruega, com quem falava num inglês macarrónico. Esse idiota, com ejaculação precoce e grandes planos, inconcretizáveis, mais um idiota burguês, um beto com a mania que era freak, mais um anti-sistema com os seus ténis Adidas e as suas incontáveis viagens aos destinos que todos os pseudo-freaks adoram… Praga, Budapeste, Zagreb…
Havia também um louro com cérebro de galinha, que corria e fazia mais não sei o quê. E, depois, um outro loiro, que tinha uma paixão assolapada pela prima e que cheirava a natas azedas… Depois, aquele muito doce e muito alto e muito inocente, que me trocou por outra vaca, muito vaca e muito gorda, que pouco lhe faltava para voar e dar leite aos céus… uma vaca, coitada, e ele um boi (com cornos e tudo!)… um boi…
E um outro, também muito alto, não me recordo bem, era um chato, apetecia-me bater-lhe de cada vez que abria a boca, um chato… Depois houve um, cujo único defeito era ter namorada, uma namorada que não gostava dele e da qual ele não gostava. Tão querido e inteligente que, se tivesse havido um depois, o depois seríamos nós… Um querido com namorada.
E ele, antes e depois, com todas as suas manias e defeitos, um quezilento, que queria tudo e não queria fazer nada, que me espremeu até ao limite, depois de me ter desfeito…Um pobre de Cristo, que ainda hoje não sei como me fui apaixonar por aquela alminha!
Depois… aaaah… o primeiro… aaaah… lindo, lindo, nem alto, nem baixo, cheirava bem, mas fumava. E aquele (ah pois!) que me chamava (grrrrrr!!!!) jóia e princesa e deusa! Depois daquilo, daquela coisa pegajosa e babosa, havia jurado tornar-me lésbica! Naaaahhh… E o jogador de futebol da 3ª divisão, um seboso, rufia, com um olhar capaz de deitar uma parede de betão abaixo. Jogava futebol, hoje deve ter 3 filhos e trabalhar numa oficina de mecânica, e deve ter barriga de cerveja e….Depois, havia um que eu não conhecia e passei a conhecer, com muitos caracóis e muito mau feitio, que me agarrava com demasiada força e que tinha sido maltratado por uma mulher mais velha e a adorava… Ele tinha um mau feitio!! E um outro, que era ssssopinhaaa de masssssaaaa, que dava beijos parecia uma betoneira a fazer cimento, que nojo… E depois, aquele, que dizia que não devia estar ali comigo, mas num outro sítio qualquer com outra pessoa… depois disso, desejou durante toda a vida voltar ao momento em que esteve comigo, naquele sítio (azar o dele… depois do depois não dá para voltar ao antes…). Depois, o amigo que continuou amigo (uff!), aquele baixinho que fazia colecções de moedas e ouvia reggae, que fumava antes e depois, e depois, fumava…
Hmmm, e todos aqueles que nunca foram um depois, os melhores… Aqueles, imaculados, que existiram, perfeitos, observados, devorados, só em mim… Aquele que, naquele preciso momento, foi o único (foram tantos, tantos momentos de felicidade, observando-os…). Aquele que dançava com a amiga, no meio da gentinha anódina… Ninguém dançava e eles dançavam… Eu conhecia-o, mas nunca o tinha visto assim, a dançar. E ele dançava. Magro, os olhos escuros, grandes, duas poças de água suja, o corpo ágil, elástico, a anca bamboleava, os dedos, esquálidos, a pele… moreno, moreno… Ele mexia os braços, pequenos arcos, a amiga saltava, alheada, ele ria-se, os dentes, muito brancos… Frágil, apetitoso, perfeito…
Depois… oooh… a música acabou…
Comentários
Já tá nos favoritos
...quanto aos escritos apenas uma coisa:
És Peixes n é?...nota-se :)