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Vaticano: Papa Bento XVI decreta desaparecimento do limbo

Igreja abre portas do Céu a bebés sem baptismo


Ricardo Cabral

O Papa Bento XVI prepara-se para decretar a desaparição da figura do Limbo (local, entre o Céu e o Purgatório para onde se dizia que iam as crianças que morriam sem ser baptizadas), estabelecendo que os bebés que morrem sem receber o Sacramento do Baptismo vão directamente para o Céu, “graças à Infinita Misericórdia de Deus”.






A questão está a ser debatida em Roma, na reunião da Comissão Teológica Internacional, que congrega mais de duas centenas de teólogos de todo o mundo, e o documento deve ser apresentado ao Papa este fim-de-semana.

O cónego Costa Neiva, professor de Sacramentologia na Faculdade de Teologia de Braga, disse ao CM que o “o Limbo foi uma figura criada por S. Tomás de Aquino, no século XI, para resolver o problema das crianças que morriam sem baptizar e que, segundo a doutrina anterior, iam para o Inferno”.

FIM DE UMA CRENÇA ANTIGA

Mesmo não constando do Catecismo Oficial, o Limbo foi considerado pela Igreja, até ao Concílio Vaticano II, 1960, como “uma teoria admissível” e fez parte, ao longo de pelo menos oito séculos, da mais profunda crença religiosa e popular.

Aliás, ainda hoje há pais que querem baptizar os seus filhos poucos dias depois do nascimento, para que não corram o risco de ir parar ao Limbo, esse lugar misterioso, a que alguns teólogos chamam “uma espécie de Céu de segunda”.

O padre António Gonçalves, pároco na diocese de Braga, disse ao CM que “há mais de 30 anos que, na catequese, não se fala do Limbo. Hoje o Baptismo é apresentado como a porta de entrada para a Comunhão da Igreja e não como condição ‘sine qua non’ para a Salvação Eterna”.

E para que não restem dúvidas, o Papa Bento XVI vai banir o Limbo da linguagem teológica, considerando o Céu, o Inferno e o Purgatório como destinos possíveis após a morte.

OS TRÊS PATAMARES DA ETERNIDADE

CÉU

Também pode chamar-se Paraíso. É o lugar dos justos que, em plena união de vida com Cristo, se tornaram semelhantes a Deus e o vêm “tal como Ele é”. É para onde vão todos aqueles que, após uma vida justa, atingem a Salvação Eterna.

PURGATÓRIO

Trata-se, segundo a Igreja, de um estado de purificação dos restos de pecado por que passam as almas dos que morrem na Graça de Deus, até entrarem no Céu. É um local de esperança, de onde se sai graças às orações e preces dos homens.

INFERNO

Segundo os teólogos, trata-se de um estado (não de um lugar) de auto-exclusão da comunhão amiga de Deus pelo pecador impenitente que a morte fixou na eternidade de forma irreversível na aversão a Deus. É associado ao fogo.

(in Correio da Manhã, 2/12/2005)

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