Voltei (azar dos azares)
Nunca ocupei este mísero ciber-espaço a dissertar sobre a minha vidinha (real). O que escrevi, até agora, sempre teve uma lufada de ficção, porque esta cabecinha sabe que, no fundo, nobody gives a fuck, e há coisas mais giras para se ver (e ler) na net do que este meu caro blogue. No entanto, vejo-me obrigada a abrir uma excepção, para explicar a minha ausência. Há um mês atrás, resolvi, numa das inúmeras pausas aqui no local de labuta, enviar uma mensagem a um jovem, encontrado ao acaso no hi5 (essa estranha rede de gente). Tenho de admitir que a abordagem não foi das mais felizes, mas o rapaz tinha uma foto onde, com um cravo na lapela, gritava (por escrito, claro) "25 de abril sempre... mas não sou COMUNA". Excesso de zelo ou falta do que fazer, deixei uma notinha menos simpática ao rapaz. Que, pelos vistos, não gostou do apontamento. E, a partir de então, desenrolou-se uma troca de galhardetes que não irei reproduzir aqui. O sumo do desentendimento resume-se ao seguinte: o moço, atingindo-me no âmago do meu orgulho, disse que a minha escrita se assemelhava à desse grande vulto da literatura portuguesa, Margarida Rebelo Pinto. Confesso-me aqui: acobardei-me. Pus mesmo em cheque a continuidade deste blogue, as minhas capacidades, equacionei abandonar esta profissão madrasta que é o jornalismo (drama!drama!) e dedicar-me a qualquer coisa mais útil como... viver às custas dos meus pais, enquanto tento concluir ad eternum a licenciatura. Mas depois pensei, 'ora bolas! (não pensei esta expressão... mas, enfim, fica giro)... porque raio hei-de estar a melindrar-me com um badameco que não me conhece?!'. A resposta é simples: o ego é frágil e, por vezes, compadece-se com critícas menos abonatórias. Mas chega uma altura na vida em que uma mulher tem de começar a mandar os comentários menos elogiosos às urtigas... sob pena de não sair da cama, só a pensar naqueles que vão olhar para o rabo, as pontas do cabelo espigadas, os outros que se vão rir alarvemente do sotaque ou das ideias que não encaixam no pré-formato societal. Azar o deles, azar o dos outros. Apetece-me escrever e vou continuar a fazê-lo.
Comentários
Who Knows?!
bjinhos e n pares
e mai' nada!
Deixa lá, no meu uma vez foram lá dizer que era do tipo "Bridget Jones", mas não me ofendi, até achei que era um miminho!
Afinal, a blogosfera não é nenhum concurso literário, por isso o importante é que o que escrevemos, nos dê prazer a nós. O resto, é conversa...