O melhor de mim (digam o que disserem)


Eu fui uma fanática. Não apenas uma fã, uma fanática. Posters, T-shirts, cd’s, vídeos, gritos histéricos… tudo! A minha adolescência foi marcada por este tipo de doença que ainda ninguém conseguiu explicar com precisão.
O meu objecto de adoração? Os Backstreet Boys. Eu sabia tudo sobre eles. Nomes completos, datas e locais de nascimento. Todas as letras de todas as músicas dos álbuns, de cor. Conseguia escrevê-las, se fosse preciso. Não dormi quando um deles foi operado ao coração, quando a irmã de um deles morreu.
Ridículo, claro. Investir energia, dedicação e dinheiro em pessoas que nunca se vai conhecer. Adorar uma imagem que é construída por peritos em música pop, relações públicas, publicidade… enfim.
Isso sei-o, agora que passaram quase 8 anos desde o início dessa febre. 8 anos depois, já não tenho 14 anos, tenho 22. já não ando no liceu, estou prestes a entrar no mundo do trabalho. Porque me lembrei de uma adoração pateta?
Por várias razões: a primeira, mais óbvia, porque os BSB lançaram um novo álbum, depois de cinco anos de afastamento. Segunda, porque, assim que vi um cartaz de promoção do álbum “Never Gone”, senti um turbilhão de emoções que pensava estarem mortas em mim. Foi como voltar a ver um velho amor e sentir que a paixão ainda existe!
Não, não tenho nenhuma paixão platónica por eles! Sinto paixão pela paixão que as músicas me inspiram, pela simplicidade das letras, pela forma quase imediata com que me identifico naqueles versos. Pop é uma forma de vida e eu sei-o intrinsecamente.
Ouço o novo álbum e cada música é uma experiência intensa, cada palavra traduzida é uma memória, um desejo, uma vontade.
Penso que a minha vocação para o jornalismo de entretenimento foi despoletada por esta minha obsessão. Mantive, durante dois anos, um diário, em que registava as últimas novidades dos “5 rapazes de Orlando”: reunia informação de diversas fontes, cruzava-as e fazia um jornal pessoal. Tinha uma vontade genuína ao fazê-lo. Ninguém me pagava para que o fizesse, apenas o gozo de ver um projecto ganhar corpo.
E essa atitude, essa forma de estar, essa intensidade, revivo-a… e sabe-me bem.
Este novo álbum surge também numa nova etapa da minha vida. Coincidência? Sou uma sonhadora, gosto de pensar que não!
Delicio-me com cada música… decoro os refrões, danço ao som dos up beats, sonho com as baladas ultra-românticas (nenhuma desilusão do mundo me fará deixar de acreditar que eu serei a “beautiful woman” de alguém) e experiencio um optimismo que me refresca a alma e me prepara para os desafios que virão.

“This is the song for the unloved
this is the music for one last cry
This is the prayer that tomorrow
Will help me leave the past behind”

(Backstreet Boys, “The Unloved”, Never Gone, 2005)

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