Um homem normal (continuação)
As luzes estroboscópicas quase o cegaram, tal era a intensidade do aparato luminoso do sítio. Após o branco inicial, começou a distinguir os contornos do espaço. Havia muita gente, muitos corpos apinhados, com muito pouca roupa. A casa era realmente bem frequentada! Na pista bamboleavam jovens de aspecto felino, cabelos cuidadosamente penteados, alisados à força de ferros estilizadores e o último grito em produtos de estética capilar. Tinham todo o ar de modelos, manequins… ou prostitutas de luxo. Tanto lhe fazia, ia dar ao mesmo. De qualquer maneira, aquelas gatinhas esquálidas não lhe diziam muito. Quer dizer, não se importava de levar uma delas para casa, para provar, pelo menos uma vez na vida, aquela (pouca) carne de marca, aquelas pernas compridas e aqueles pescoços de gazela. Mas não. Aquele tipo de mulher não lhe inspirava confiança. Guiado pelo sabedor amigo, que o conduzia aconchegado debaixo do seu braço musculado, foi-se aproximando do bar. O monólito de aço inoxidável e vi...