A Crise
"Depois de uma crise seremos transformados para sempre"
Porque hoje é Domingo, aqui fica um excerto da Revista XIS, relacionado com o tema "Crises de Crescimento". Todos somos marcados por elas, mesmo que não nos apercebamos do traço de mudança que elas deixam na nossa vida.
Para reflectir.
Quanto mais ignoramos as crises, mais os problemas se avolumam. Assumi-las é uma regra de ouro que previne o sofrimento e desenvolve a coragem necessária para olharmos para dentro de nós, encarando de frente os problemas.
Não temos culpa que as crises rebentem, mas devemos ter consciência que, de alguma forma, podemos ter contribuído para a sua construção. Scott Peck, autor do célebre livro "O Caminho Menos Percorrido", afirma que devemos absolutamente responsabilizar-nos pela pessoa que somos, em todas as áreas da nossa vida. Fugir a estas responsabilidades significa, por exemplo, escamotear situações que nos desagradam e que pretendemos não ver, "empurrando-as" para o fundo, adiando o momento de nos confrontarmos com elas. Querer aprisionar a própria vida, para que ela não mude e fique igual ao que é anos a fio, é uma tarefa impossível e perigosa para a nossa saúde mental. E o mesmo se passa quando ignoramos a verdade sobre nós próprios. É o caso de mantermos eternamente um grupo de amigos que nada tem a ver connosco, pela diferença de interesses e valores, fazendo-o por medo de exclusão social. Ou, então, aguentar servir os outros até à exaustão, esquecendo-nos constantemente de reservar um tempo só nosso e em que possamos relaxar e renovarmo-nos.
A rigidez, a cegueira e a teimosia em manter certos princípios e certas atitudes levam-nos a ignorar a tensão e a angústia crescentes e a prosseguir o nosso caminho como se nada acontecesse, tapando c0ntinuamente "o sol com a peneira".
E estas atitudes arrastadas adiam problemas, ao mesmo tempo que vão criando outros, cada vez mais graves e de mais difícil resolução.
Em última análise, ignorar as crises anos a fio leva-nos a uma solidão cada vez maior, deixando-nos longe de tudo e de todos. Acima de tudo, distantes de nós mesmos e do que é essencial em nós.
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