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A mostrar mensagens de janeiro, 2005

Addicted To Love

Viciados em chocolate, viciados em vinho, viciados em coca, viciados em televisão, viciados em sexo. Viciados no amor. Nos tempos áridos da pós-modernidade (ou modernidade tardia, como ironicamente lhe chama Giddens), envolvemo-nos no deserto cibernético, mergulhamos no sexo sem rosto, nas dietas furiosas, no trabalho compulsivo. E, mais obsessivamente que os trovadores da Idade Média, ficámos reféns do amor. Não desse amor vivido, dessas relações construídas, mas do amor egoísta, exigente, físico, destrutivo. Segundo especialistas britânicos, há cada vez mais pessoas (homens e mulheres) que criaram uma dependência das relações amorosas. Precisam de ter alguém do seu lado. Procuram colmatar a necessidade intrínseca da presença de alguém. Normalmente não interessa quem é essa pessoa. Desde que seja. Dizem também esses especialistas (que já criaram clínicas de apoio para os co-dependentes) que os viciados no amor procuram nos relacionamentos o mesmo padrão de pessoa. Geralmente o mesmo t...

Auschwitz

AUSCHWITZ (27/01/1945) "O que vais fazer de mim, meu irmão?"

"Closer"

As mentiras que fazem de nós a merda de seres humanos que somos...

E nem um "ai, obrigadinha!"

Quando eu for velha quero exercer a minha tirania no metro, nos autocarros, nos bancos das paragens. Quero chegar ao pé de qualquer pessoa que esteja sentada (especialmente se ela tiver menos de 30 anos), olhá-la num misto de nojo e indignação e sibilar qualquer coisa do género "esta juventude, hoje em dia..." ou "é a educação moderna!"ou ainda a pérola do costume "Isto cada vez está pior, não sei onde é que este país vai parar!". Tais preciosidades verbais farão com que o meu objecto de repúdio suspire, se conforme e, finalmente, remova o seu rabo ainda firme do banco, onde eu poderei, enfim, alapar as minhas peles dependuradas, o meu reumático, os meus achaques e as sacas do Mini-Preço. Pois é. Nós, "juventude", somos mesmo mal-educados. Já a matrafona da paragem dizia, enquanto cuspia perdigotos e insultava duas raparigas que, na pressa de apanhar o 46, se tinham esquecido de lhe agradecer por ter empatado o condutor. "Olhás malcriadonas!...

O rapaz do 16

Reencontrei aquele olhar ensimesmado. O dia era de sol, o autocarro estava, invariavelmente, cheio. Sentado do lado da janela, uma cara familiar. Era ele, o mesmo de há meses atrás. Reconheci-o. Reconhecemo-nos. Sorriu vagamente e voltou a olhar para o carrossel da paisagem urbana, separada de nós pelo invólucro móbil. Fizemos novamente o jogo do reflexo nos vidros. Duas pessoas, dispostas em triângulo com um vidro onde o sol esteja a bater, conseguem adivinhar o olhar da outra, sem que esta repare. Mas isso nós já sabíamos... Reparei nas mãos, brancas e pequenas, nos lábios finos, no cabelo castanho, curto e ligeiramente revolto, daqueles cabelos que apetece passar a mão e acariciar. Apanhou-me em flagrante! Sorri e desviei o olhar. Corei. Pelo canto do olho, reparei que também sorria... com um riso malandro, de quem sabe que está a ser observado e está, no íntimo, a gostar. Saímos na mesma paragem. Vi-o a abrir a porta do prédio. Ficou surpreendido quando me viu passar por ele. Sorri...

Resoluçoes de ano novo

Resoluções de ano novo (agora que o blog tem uma nova cor... rosa, my all time favourite colour): 1- Renovar o meu blogue 2- Não escrever mais solilóquios patéticos sobre homens do passado. 3- Escrever solilóquios patéticos sobre futuros homens. 4- Ver mensalmente o catálogo da Cinemateca e assinalar filmes a ver. 5- Deitar o catálogo da Cinemateca ao lixo e ver o último filme do Jude Law... no El Corte Ingles. 6- Sair à noite e conhecer novos bares de design, onde, por sua vez, poderei conhecer pessoas interessantes. 7- Aceitar, finalmente, que todas as pessoas "interessantes"... 1 - são pseudo-intelectuais ; 2 - são casadas; 3 - são gays; 4- são freaks, bloquistas, riquinhos que gostam de calçar botas de comando e roupas em 2ª mão da feira da ladra; 5 - Não são interessantes. 8- Comer mais vegetais com folhas. Já estou farta de cenouras, courgettes e tomates. E não, isto não é nenhuma analogia com o órgão genital masculino. 9- Inscrever-me num ginásio e depois não por lá os...