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A mostrar mensagens de 2003

I

« ‘Stop searching. Start finding.’ » Pedro Paixão Por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher. Por detrás de uma grande mulher está sempre outra mulher. Não tão grande, não tão bela, não tão apelativa. Outra mulher. Ser essa outra mulher é ser a menos bela, a menos apelativa. A outra mulher é o apoio da mulher bela, é uma espécie de dama de companhia. Acontece que, por vezes, a mulher bela até admira e inveja a outra mulher, mas relega-a para segundo plano quando exibe as suas penas coloridas de fêmea no cio. E a ciência evolutiva já provou que o macho escolher sempre o espécime mais apetecível, a leoa mais possante, a gata mais dengosa, a serpente mais hipnotizante. Haverá homens que, no seu íntimo, preferirão a outra mulher. Mas esses são os homens que não têm medo de se apaixonar, que querem algo mais que um adorno, um autómato de cabeleira que concorde com tudo o que disserem, quer lhes sirva cervejas e lhes abra as pernas. Por isso é que os homens (bem) casados esc...

Intro

“Citar é estilhaçar o todo” Mª Augusta Babo Possuía a plena noção que, mesmo escrevendo sobre outrem fictício, estaria a citar algo da minha vida. Criação por semelhança ou por oposição. Portanto, não faz qualquer sentido fugir à verdade ( se é que ela existe) . Recrio a partir da minha vida para fugir dela. Recriando, crio uma nova vida. Uma vida real que é melhor, pior, mas indubitavelmente desigual daquela que narro, que espalho. Na verdade, o eu destas páginas é um outro, um outro alguém que se cruzará comigo, em dada altura. No início (agora mesmo, quem sabe), no clímax ou no desenlace. Não quero com isto prometer uma “história”, um conto com linhas de água convergentes: a escrita vem a mim em vómitos descontínuos, e não como uma torrente fluida de sangue. Há sempre uma tentativa de esconder a expressão desagradável do que é realmente por trás de termos rebuscados, de metáforas inúteis. Esta não é a hora para tais artifícios. Mentiras, já as há em abundância deste lado. Do lado de...

Um Amor Possivel

A rapariga conhece o rapaz numa discoteca. Dançam, bebem, acabam na cama de um deles. De manhã, ela acorda e repara naquele que está a seu lado. “Este bem que podia ser o tal !” Mas, o pragmatismo urbano vence a ilusão. Veste-se sem fazer ruído e volta ao seu mundo. Estranha realidade esta, em que permitimos de bom grado que um estranho invada o nosso corpo, mas repudiamos que faça o mesmo à nossa alma! De que temos medo? Medo de perder o controlo, de perder a razão. Medo de não ser capaz de lidar com as crises que surgem. Medo da rotina. Da infidelidade. Da fidelidade. Das doenças venéreas. Da realidade. Adoro construir um mundo irreal, uma relação de sonho, onde tudo se desenrola na perfeição. Não há discussões, ele não tem borbulhas, não é mais baixo que eu. É inteligente e compreende os meus ideais. Ele é eu. Procuramo-nos nas outras pessoas, porque ainda não nos encontrámos. Vivo no pânico de ver o espelho, porque diariamente apenas o olho.

O meu blogue

Este é o meu blogue. Egocêntrico, apenas relacionado com aquilo que eu penso, que eu quero. Os meus gostos pessoais, as minhas manias, eu, eu, eu. Afinal, não é para isso que sempre serviu a escrita? Para servir de suporte ao egocentrismo?