Fatal

Não o consigo tirar da cabeça.

É ele, ele e esta tendência fatal para o perigo, o proibido, o interdito. Eu quero o banal, o vulgar, eu quero os becos escuros, eu quero tudo.
Não quero a luz solar, quero os holofotes, o som angustiante da noite, o sufoco dos minutos que se esgotam... a impossibilidade....

Eu quero-o... quero-o tanto que dói... mas amanhã já não. Amanhã, ou de manhã, na manhã em que o olharei de outra forma... e outro ocupará o seu lugar.

Eu quero-o tanto! O meu corpo arde, aperto na garganta, impaciência, irritação, nervosismo... Eu quero-o, mas no fundo, não quero nada.

Quero fugir, e livrar-me dele. De mim. Deus, dá-me um corpo novo, com uma alma nova. Deus, faz-me outra vez, molda-me, desfaz-me, refaz-me. Deus, faz-me bem, faz-me boa.

Eu não quero assim... mas só quero assim...

Deus, eu quero-o tanto. É o Diabo.

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